fbpx
Aprovação da PEC 45 e o impacto sobre as doações em vida em 2024

Aprovação da PEC 45 e o impacto sobre as doações em vida em 2024

(Tempo de leitura: 4 minutos)

O que você precisa saber:
As mudanças nas normas sobre o imposto de herança e doação têm impacto direto no planejamento patrimonial e sucessório familiar. Quais são as alterações? Qual é a situação das alíquotas em cada estado?


As normas sobre o imposto sobre herança e doação (referido pelas siglas ITCMD, ITCD ou ITD, a depender do estado) foram alteradas no final do ano passado e impactam diretamente no planejamento patrimonial e sucessório das famílias.

Em novembro de 2023, a PEC nº 45 de 2019 (conhecida como a PEC da Reforma Tributária) foi aprovada, sendo formalmente publicada como a Emenda Constitucional nº 132 de 2023. O foco principal da PEC foram alterações na tributação sobre o consumo (ISS, ICMS, PIS, COFINS e IPI) e as novas regras iniciam a vigência a partir de 2026, com um período de transição até o final de 2032.

Além do assunto principal, a PEC 45/2019 promoveu algumas alterações importantes relacionadas ao ITCMD. Seguem abaixo as duas principais:

  1. Incidência de ITCMD sobre herança e doação no exterior: os Estados foram autorizados a cobrar ITCMD sobre herança de bens no exterior e nas doações em que o doador é residente ou domiciliado no exterior. Nesses casos, quem deve recolher o imposto é o herdeiro e/ou donatário, que está no Brasil. Antes da aprovação da PEC 45/2019 essa cobrança dependia de uma lei complementar (que nunca foi aprovada e publicada) e agora, enquanto a lei não existe, a cobrança pelos Estados está autorizada. Mudança que já está em vigor desde o dia 20 de dezembro de 2023.
  2. Obrigatoriedade de alíquotas progressivas: a constituição tornou obrigatória a adoção de alíquotas progressivas de ITCMD pelos Estados. Isso quer dizer que o imposto estadual deve ter alíquotas que aumentam conforme o valor do bem doado ou herdado. Ou seja, quanto maior o valor, maior será a alíquota aplicável.

A maioria dos Estados no Brasil já possui alíquotas progressivas.  No entanto, ainda há 10 Estados que adotam alíquota fixa de ITCMD (para o evento de doação, para a sucessão, ou para ambos) e que precisarão ajustar as leis estaduais para se adequar a nova regra. São eles: Alagoas, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Roraima e São Paulo. É esperado que esses Estados ajustem suas leis internas em 2024.

Doação

Herança

O Estado de São Paulo, por exemplo, já apresentou um projeto de lei que propõe a mudança da alíquota atual – fixa em 4% – para alíquotas progressivas de 2% a 8%.

A boa notícia é que qualquer alteração de ITCMD aprovada em 2024, que resulte em aumento de alíquota para o contribuinte só deve entrar em vigor em 2025. Isso porque, o aumento de ITCMD deve observar 2 regras: (i) noventena: entrar em vigor no mínimo 90 dias após a publicação da nova lei; e (ii) anterioridade anual: a nova lei só entra em vigor no ano seguinte à sua publicação.

Por esse motivo, para as famílias domiciliadas ou que possuem bens nesses 10 estados, o ano de 2024 será importante para antecipar doações e aproveitar a alíquota atual, antes do aumento esperado.

A alíquota máxima de 8% foi mantida e se aplica a todos os Estados.

Victória M. V. Tenório de Siqueira é Head de Wealth Planning na Portofino MFO, advogada formada pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Possui certificação CPA-20 e pós-graduação em General Business pela University of California de Los Angeles (UCLA).

Confira outros conteúdos da nossa newsletter

Moldando o amanhã: entre o possível e o inimaginável
Carteiras administradas: uma abordagem personalizada para seu futuro financeiro
Governo impõe novas regras para investimentos em LCA e LCI
Portofino Apoia

CEO Conference | BTG Pactual – Dia 2

CEO Conference | BTG Pactual – Dia 2

Tempo de leitura – Overview do dia em 14 minutos.

Nesta quarta-feira (7), tivemos o último dia do CEO Conference Brasil 2024, evento promovido pelo BTG Pactual. Desta vez, Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, e os ministros Rui Costa e Renan Filho foram algumas das figuras importantes do cenário político e econômico brasileiro que marcaram presença.

Quer saber como foi ontem?

Clique aqui e saiba como foi o primeiro dia do eventoCEO Conference | BTG Pactual – Dia 1

Cenário Político e Macroeconômico 2024

No primeiro painel do segundo dia, e já tradicional do evento, André Esteves, Chairman e Sócio-Sênior do BTG, foi entrevistado por William Waack sobre diversos temas atuais do cenário político e macroeconômico. 

Esteves observou o ambiente favorável para investimentos no Brasil. Segundo ele, o país está se comportando bem e se mostrou satisfeito com o processo de harmonização construído ao longo do último ano. “Eu fico muito satisfeito com o que eu vejo depois do painel de Fernando Haddad e Roberto Campos Neto. 2023 começou com ataques de Lula ao presidente do Banco Central e críticas à independência da autarquia, mas terminou com ambos juntos em um churrasco de ministros”.

Ele também comentou que o Brasil tem um gasto muito alto e uma arrecadação também muito alta. Para ele, o ideal seria reduzir os dois e completou dizendo que “enquanto sociedade, temos que continuar cobrando o governo da vez, seja ele de esquerda ou de direita, para ter um compromisso com as futuras gerações”.

Em relação às questões ambientais, Esteves explicou que o Brasil tem a matriz renovável mais ampla do G20, mas ponderou que nenhum sistema trabalha somente com energia limpa. “Acho que a gente melhorou na questão ambiental, mas estamos longe do nosso potencial. Temos uma grande oportunidade na COP-30 do ano que vem, que acontecerá em Belém. Temos uma oportunidade de nos posicionarmos nesse ambiente como uma liderança ambiental”.

Expandido a conversa para o cenário global, o papo começou pelos nossos vizinhos argentinos. O chairman mostrou otimismo com o que está vendo na Argentina, afirmando que o país está no caminho certo, com um presidente preparado, que falou a verdade durante a campanha e está conseguindo vitórias pontuais. 

Na geopolítica, apesar dos conflitos no Oriente Médio, ele vê com bons olhos os investimentos sauditas e região, justificando que passam estruturalmente por um bom momento. “O que vimos em outubro do ano passado é o radicalismo contrário a isso, a um ambiente mais distensionado”, afirmou.

Ao fim do painel, as eleições americanas foram o tema. O sócio-sênior do BTG disse que hoje Trump é o franco favorito e tem uma certa preocupação com esse cenário. Para ele, isso será fonte de instabilidade global. Na conclusão, Esteves propôs uma reflexão quanto ao cenário eleitoral americano ao questionar como a democracia “mais sofisticada do mundo” não conseguiu produzir uma alternativa a Trump e Biden.

Concessões: Rodovias

Na sequência, foi a vez de Renan Filho, ministro dos Transportes, Marcello Guidotti, CEO da EcoRodovias, e Miguel Setas, CEO da CCR, subirem ao palco. 

O ministro iniciou sua participação explicando que o Brasil faz concessões de rodovias há pouco tempo e poucas foram feitas. Com isso, “conceder um trecho por ano não dialoga com a nossa necessidade de infraestrutura”. Ele estabeleceu como “meta ousada e ambiciosa” realizar 35 novos leilões durante o governo. Esse ano, o objetivo é fazer 13. Ele também criticou que foram realizadas muitas concessões desequilibradas, com negócios que seriam em tese bons. Renan Filho ainda indicou que a otimização desses contratos vai gerar investimentos de R$ 100 bilhões no curto prazo.

Em outro ponto do painel, o ministro disse à plateia que o Brasil tem capacidade de voltar a ser a sexta economia do mundo e comparou o país a uma “Kombi velha”, que “vive balançando, mas se apertar os parafusos, olhar o pneu, der um negocinho, ele vai para a sexta economia”.

Novo PAC: Atração de Investimentos e Responsabilidade Fiscal

Depois foi o ministro Rui Costa, da Casa Civil, que subiu ao palco. Durante o painel, ele afirmou que a agenda do governo em 2023 foi alcançada e conseguiram colocar de pé a reorganização do estado brasileiro. 

Um ponto importante foi quando o ministro afirmou que o “interesse nacional de se sobrepor a vaidades ou diferenças pessoais”. A fala veio ao ser questionado sobre os recentes impasses entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, após o presidente da Câmara, Arthur Lira, cobrar que o governo não cumpriu com alguns acordos e criticar o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. 

Em complemento, Rui Costa afirmou que o governo cumprirá os acordos firmados com Lira a respeito do Orçamento de 2024. “Eu participei no fim do ano do diálogo direto com Lira, e o acordo que fizemos será cumprido, que foi incorporar as emendas de comissão no valor de R$ 11 bilhões. Este foi o acordo. O que foi colocado além disso não faz parte do acordo. Eu concordo integralmente com o texto dele, acordo é para ser cumprido”.

Além disso, o novo PAC foi tema de debate. O ministro disse que o PAC “tem um conjunto de investimento em infraestrutura e sociais e também um conjunto de medidas institucionais”. Ele apresentou que precisamos de um novo PAC pelos seguintes motivos: promover a infraestrutura econômica, social e urbana; incrementar o investimento público privado; gerar emprego de qualidade; e melhorar a competitividade da economia brasileira.

Visão das gestoras para 2024

“A bolsa está barata” foi uma frase de consenso entre André Caldas, Sócio-fundador da Clave Capital, Bruno Garcia, Sócio-fundador da Truxt, Carlos Eduardo Rocha, CEO/CIO da Occam, e Laércio Henrique, Sócio do BTG Pactual Asset Management. Os painelistas analisaram o mercado de renda variável local e internacional.

No olhar externo, Rocha compartilhou que o cenário lá fora é muito bom para investimentos em ações. Já Laércio Henrique acrescentou que o cenário externo é benigno. “Para a gente, o mais importante é termos algo que não permita uma recessão nos Estados Unidos. Continuamos confiantes que no primeiro semestre teremos um afrouxamento monetário”.

Por outro lado, Garcia destacou o receio que tem com a China, temendo que o modelo estrutural do gigante asiático esteja quebrado. Acrescentando aos riscos de 2024 em investir em ações, Rocha também chama atenção à China e aborda o risco fiscal. Para ele, a meta fiscal vai ser mudada, mas o mais tarde possível. 

Transição energética: Fontes, Infraestrutura e o Papel do Consumidor Final

Neste painel, o Diretor-Geral da Aneel, Sandoval Feitosa, debateu sobre o protagonismo do Brasil no contexto mundial da transição energética, os avanços na abertura do mercado livre e a alocação mais eficiente de custos no setor elétrico. 

Feitosa afirmou que o debate não é somente sobre transição energética, que o Brasil já alcançou, mas sim de transformação energética. “O Brasil é um país naturalmente vocacionado para a transição energética”.

No mesmo painel, Ricardo Botelho, CEO da Energisa, apresentou a perspectiva da empresa e afirmou que estão conscientes do compromisso de desenvolvimento do país.  

Otimismo com a inteligência artificial

Um dos grandes temas da atualidade é a inteligência artificial, e não tinha como ela ficar de fora do evento. O convidado foi Scott Galloway, professor da NYU Stern School of Business, que disse que os ganhos de produtividade serão muito grandes. 

Ele analisou o mercado acionário americano, que sete ações equivaleram a 70% dos ganhos do S&P, entre elas Microsoft, Nvidia, Alphabet e outras gigantes da tecnologia. Segundo ele, a maioria dos ganhos veio da inteligência artificial. Nesse sentido, criticou a empolgação com a tecnologia e questionou a sustentabilidade da valorização de mercado.

Galloway foi contundente ao dizer que o principal benefício social da IA será no setor de saúde, contribuindo em algo muito mais proativo no que diz respeito ao monitoramento. Ele acrescentou que a educação também deve se beneficiar bastante.

Entrando em um tema polêmico, quanto aos impactos no mercado de trabalho, ele disse que todas as empresas serão impactadas, mas não acha que a IA vai tomar o emprego das pessoas. A visão dele é que uma pessoa que saiba usar a inteligência artificial vai conquistar oportunidades. “Eu acho que vai abrir mais oportunidades de emprego do que fechar. Eu vejo IA como positiva para o emprego”.

Por fim, ele direcionou fortes críticas a como a ascensão das tecnologias pode afetar as relações humanas. Ele usou o Apple Vision Pro, óculos de realidade aumentada recém-lançado, como exemplo para dizer que “quando se usa um óculos desses, é uma maneira de dizer que você não quer que ninguém se aproxime de você”. 

Ele argumentou um grande receio de que a IA impulsione um movimento de “epidemia de solidão”. “Eu fico preocupado em criar pessoas que começam a olhar para algarismos como amigos e não vivam verdadeiras relações”. Ele comentou que a perda de habilidade de relacionamento pode impactar na vida profissional e pessoal das futuras gerações. O professor ainda jogou luz sobre os problemas que a IA pode gerar em períodos eleitorais. 

BNDES do Futuro: Desafios e Oportunidades

Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, foi convidado para falar sobre o futuro, desafios e oportunidades da instituição.

Dentre os assuntos que ele falou, os R$ 57 bilhões em financiamentos para infraestrutura em 2023 e o protagonismo da matriz energética foram debatidos. Sobre o último, ele disse que o Brasil tem uma vantagem energética, explicando que “somos o primeiro país do G20 que pode em 2040 chegar à emissão de 0%.

Além disso, Mercadante voltou a elogiar Roberto Campos Neto, presidente do BC, e afirmou querer que o “BNDES volte a ser o banco que era no primeiro governo FHC”. Ele tem como meta dobrar a participação do banco no PIB brasileiro, de 1% hoje para 2%.

Ciclo de flexibilização da política monetária

Para finalizar o CEO Conference deste ano, Eduardo Loyo, Sócio do BTG, Mansueto Almeida, Economista-chefe do BTG, e Tiago Berriel, Estrategista-chefe do BTG Pactual Asset Management, debateram sobre política monetária no âmbito global.

Em relação aos Estados Unidos, o grande questionamento para Loyo é se a batalha contra a inflação está ganha, ou não, e então começar a afrouxar os juros. ”Eu tenho muita dificuldade em me convencer de que a batalha está ganha. Acho que um pouco mais de cautela faz sentido”. Ele ainda acrescentou que a comunicação está um pouco confusa, mas ponderou que “o final dessa história será de um sacrifício muito menor do que se imaginava”.

Berriel concordou com o companheiro e falou: “o que deixa o mercado inseguro é que vemos dados até de uma economia acelerando. Essa segurança pode gerar uma postura mais conservadora. Acho normal um Banco Central tomar essa atitude de conter a animação antes de iniciar o ciclo. O problema do Fed foi a comunicação, de levar a uma excitação extrema e depois puxar o freio”. 

Por fim, Mansueto Almeida concluiu analisando o Brasil. Para ele, é muito cedo para falar de PIB potencial. “ A gente acredita que aconteceu algo no Brasil que tornou a economia mais resiliente”. Sobre a meta fiscal, disse que ninguém do mercado estima que o governo consiga entregar um déficit primário de 0%. Ele ainda acha que o debate sobre a mudança de meta fiscal para esse ano “pode durar mais tempo do que imaginamos”.

Este conteúdo é produzido pela PORTOFINO MULTI FAMILY OFFICE e fomenta o diálogo sobre a política e o empresariado brasileiro. A nossa opinião é neutra e não é partidária.

CEO Conference | BTG Pactual – Dia 1

CEO Conference | BTG Pactual – Dia 1

Tempo de leitura – Overview do dia em 14 minutos.

Nesta terça-feira (6), aconteceu o primeiro dia do CEO Conference Brasil 2024, evento promovido pelo BTG Pactual, que contou com a presença de diversas figuras importantes do cenário político e econômico brasileiro, como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, entre outros.

Cenário Econômico 2024

O primeiro painel do dia recebeu Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, que abordou diversos temas importantes no cenário econômico atual. Em sua tradicional apresentação de slides, ele listou os quatro grandes temas atuais: dinâmica de inflação e crescimento nos Estados Unidos; o que está acontecendo com a China; um mundo cada vez mais dividido; e a dinâmica de mercado em um mundo cada vez mais endividado após a pandemia. Sobre este último, ele disse que o mundo saiu da pandemia muito mais endividado, em algo próximo de 20% do PIB global.

No que diz respeito à inflação global, Campos Neto apresentou dados que mostram que todas as inflações cheias estão caindo, assim como o núcleo, mas lentamente. As taxas de inflação global estão em processo de desaceleração, muito puxada pela queda nos preços de alimentos e energia. Entretanto, o presidente do BC (Banco Central), ponderou que os núcleos nos países desenvolvidos continuam altos, muito em decorrência dos serviços estarem pressionados. “De fato, as inflações de serviços estão rodando a níveis muito altos. Em alguns emergentes, os serviços já estão abaixo de padrões históricos”, explicou.

Em relação ao Brasil, Campos Neto disse que o comportamento da inflação está “mais ou menos dentro do que imaginávamos”. O mercado de trabalho, que permanece aquecido, está sendo acompanhado de perto pelo Banco Central. Sobre a política monetária, ele afirmou que “era difícil definir política monetária sem confirmação da meta fiscal”. Para 2024, o governo confirmou a meta fiscal com déficit primário zero. A definição ainda, segundo ele, levou a uma queda das expectativas de inflação.

Por fim, Campos Neto rapidamente comentou sobre os riscos para a economia global. Ele listou a geopolítica como um fator de risco – durante o painel, ele falou sobre o aumento de custos no transporte marítimo devido ao conflito no Mar Vermelho e o uso de rotas alternativas – e o crédito privado nos Estados Unidos como fonte de risco de crédito.

Agenda Econômica 2024

O painel seguinte recebeu a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que começou falando que tinha a sensação, no começo do governo, que eles não estavam entendendo que acontecia com o orçamento.  

Na projeção para este ano, Haddad disse que 2024 pode “surpreender positivamente”, mas afirmou que o resultado primário depende do Congresso. “Quanto mais maturidade para entender o contexto político, mais fácil fica. Hoje, o que era meta do governo é a meta do país. O resultado fiscal não vem por passe de mágica. Depende de vários fatores, como a apreciação das medidas que o governo manda para o Congresso. O Congresso que dá a palavra final. O resultado primário depende do Congresso Nacional. O nosso papel é ir apresentando para o Congresso as medidas com certa gradualidade”, disse.

O ministro explicou que o otimismo depende da política e afirmou que o Congresso está disposto a ouvir. Importante relembrar que a meta fiscal para 2024 é déficit zero, compromisso visto com certa desconfiança.

Haddad ainda disse que erros acumulados nos últimos 10 anos, que reduziram o nível de arrecadação, estão corrigidos com o esforço do governo, entre eles a desoneração da folha, criada na gestão de Dilma Rousseff.

Top Gestoras do Mercado

Encerrando a parte da manhã, André Jarkurski, Sócio-fundador da JGP, Luís Stuhlberger, Sócio-fundador da Verde Asset, e Rogério Xavier, Sócio-fundador da SPX Capital, debateram sobre política monetária.

Sobre o assunto, Stuhlberger e Xavier concordaram que os bancos centrais estão sendo “muito lerdos em baixar os juros”. Essa postura conservadora, para Stuhlberger, acontece devido a “desmoralização” que as instituições sofreram ao demorar em subir as taxas durante a pandemia. Xavier concordou e explicou que os bancos centrais “estão super conservadores, porque erraram barbaramente na ida e não querem errar na volta”. Ele ainda criticou Jerome Powell, presidente do Fed, sobre a comunicação e entrevistas estarem confusas.

Além disso, o fundador da SPX, apesar de elogiar o trabalho conduzido por Roberto Campos Neto no comando do Banco Central no último ano, criticou os juros altos, questionando que não há justificativa para as taxas em patamares atuais. Ainda sobre a política monetária, ele afirmou que o momento determinante para as economias emergentes evoluírem será quando os desenvolvidos começarem a cortar juros.

Ao arrematar sua visão do Brasil, ele disse que o país vai ser “sardinha e vai andar com o resto do mundo. Se o mundo for bem, o Brasil vai bem”. Jarkurski também fez coro às falas de juros extremamente altos e analisou a produtividade e o crescimento populacional que o preocupam.

As eleições americanas também foram pauta. Para Jarkurski, esse é o tema mais importante do ano e ainda destacou que a dívida americana é “uma bomba atômica com pavio curto, que pode explodir em seis meses ou em anos”. Rogério Xavier mostrou uma visão de que a eleição de Trump pode ser boa do ponto de vista das corporações americanas, já que significaria menos impostos.

China e geopolítica também foram temas. No que diz respeito ao primeiro, Xavier apontou que o modelo econômico passa por um esgotamento. “A China insiste em apostar no lado da oferta e da indústria forte. Estão exportando um excedente para o mundo inteiro, isso derruba o preço dos bens. Para nós (Ocidente) é o paraíso, mas para a China está se endividando cada vez mais e sem retorno”. Ele acredita que o país terá um colapso econômico por conta de uma crise bancária profunda e retroceder, podendo desencadear no confronto político com Taiwan. O fundador da Verde Asset acrescentou que não está otimista e nem pessimista com a China.

Os participantes ainda analisaram que uma possível eleição de Donald Trump em novembro se traduziria em cautela para os dois países devido à possibilidade dele aumentar as tarifas de importação do país asiático.

Por fim, na geopolítica, Stuhlberger vê que os Estados Unidos estão longe de ser ameaçados pela China no campo econômico. Entretanto, André Jarkurski acredita que em 5 ou 10 anos vê a China militarmente competitiva com os EUA e capaz de invadir Taiwan.

Economia Mundial e Geopolítica

“Os juros têm de cair, seja em março ou maio, o Fed vai ter de começar a reduzir os juros logo, senão vamos ter uma recessão real”. Foi isso que Bill Ackman, fundador da Pershing Square, disse sobre o cenário da economia americana. Conforme explicou durante o painel, a percepção do gestor americano é que a atividade e o mercado de trabalho estão enfraquecendo, “com um número significativo de empresas, principalmente de tecnologia, todos os dias demitindo”.

Ele pontuou que o PCE, índice de inflação preferido do Federal Reserve, já voltou para perto de 2%, a meta perseguida pelo banco central americano. “A taxa de juros real nos EUA hoje está bastante alta em termos históricos e, apesar disso, a economia ainda parece forte. Então, isso é um pouco um enigma, mas penso que existem alguns fatores que estão se ajustando após a pandemia e isso traz riscos para a economia”.

Em relação à China, ele comentou que tem sido bastante pessimista nos últimos anos e enxerga um enfraquecimento gradual. Destacou que o país é um ambiente ruim para empreendedores bem-sucedidos, com os locais tentando levar seus familiares para fora, e que a estrutura de custo não é mais tão competitiva.

Ele ainda falou sobre geopolítica, comentando sobre os custos de fretes subindo com os problemas nas rotas de navegação, as tensões entre EUA e Irã e afirmou que o maior risco do mundo agora são as incertezas geopolíticas e mercadológicas. “Estamos próximos de uma guerra contra o Irã”, afirmou.

Futuro do Varejo: Transformações e Desafios

Cristina Betts, CEO do Grupo Iguatemi, Luiza Helena Trajano, Presidente do Conselho da Magalu, e Rafael Sales, CEO da Allos, debateram sobre as principais transformações do varejo nos últimos anos e como enxergam os desafios para os próximos anos.

Luiza Helena começou sua fala destacando a importância da digitalização e a rápida adaptação do mercado, muito em virtude dos efeitos da pandemia. Segundo ela, o digital levou as pessoas a conhecerem mais o produto e terem mais vontade de comprar. “O digital é uma cultura que veio para ficar. A pandemia “forçou” essa digitalização”, explicou.

A CEO do Grupo Iguatemi, por outro lado, relembrou quando no início da pandemia diziam que os shoppings iriam acabar. Ela explicou que os shoppings têm diversas outras funções e proporcionam toda uma experiência para os clientes. “É muito prático comprar no online, mas a experiência no digital não é completa como no presencial”, disse. 

Ela ainda completou afirmando que o Brasil tem a cultura de servir bem e isso reflete para dentro das lojas. “Todos querem colocar mais produtos na loja e fazer eventos de relacionamento de marketing. O presencial não vai morrer e acho que todo mundo vai focar nessa parte da experiência e tornar os clientes leais”.

Rafael Sales foi em linha com o que disse Cristina, explorando muito o lado da experiência do consumidor, da experiência vivida nos ambientes físicos.

Concessões: Saneamento

O painel recebeu Karla Bertocco, Presidente do Conselho da Sabesp, Radamés Casseb, CEO da Aegea, e Roberto Barbuti, CEO da Iguá Saneamento. 

Os três convidados debateram ao longo do painel sobre diversos temas relacionados ao marco legal do saneamento. Casseb disse que quem está fazendo mais diferença no setor é o capital, a crença do investidor. Ele ainda explicou que do ponto de vista do crescimento, a Aegea tem como modus operandi estudar todos os projetos, em uma dinâmica de aprendizado.

Argentina: o que esperar?

No último painel do primeiro dia, Luis Caputo, ministro da Economia da Argentina, falou sobre o difícil momento do país vizinho e as perspectivas para frente. 

Ele começou elogiando o presidente Javier Milei, elogiando que ele chegou à presidência dizendo a verdade e está fazendo a lição de casa. “Muitos políticos o subestimaram porque não achavam que alguém pudesse chegar ao poder falando em ajustar os gastos públicos. Isso conferiu credibilidade a ele no mundo todo”.

No contexto da aprovação do texto-base do pacote de reformas econômicas e políticas de Milei no legislativo, mas desidratada em diversas medidas, Caputo afirmou que “sabemos que o que pretendemos fazer vai funcionar, porém é claro que precisamos do apoio do congresso. Não podemos contar com os oposicionistas radicais, porque querem que as pessoas continuem na pobreza para poderem continuar mentindo. Eles formam 35 a 40%. Já a oposição racional está adotando uma posição pró-pais e não dos próprios interesses”. Pouco antes do início do painel, a Câmara dos Deputados retomou a votação dos artigos individuais do projeto.

Por fim, o ministro falou que olha para o Brasil como um superparceiro e pediu que os investidores “olhem com carinho as oportunidades no país. Vocês vão nos ajudar a sair dessa situação”.

O CEO Conference Brasil 2024 retorna nesta quarta-feira (7) com outros nomes importantes.

Este conteúdo é produzido pela PORTOFINO MULTI FAMILY OFFICE e fomenta o diálogo sobre a política e o empresariado brasileiro. A nossa opinião é neutra e não é partidária.

Esfera BR | Inteligência artificial, a nova revolução dos negócios

Esfera BR | Inteligência artificial, a nova revolução dos negócios

(Tempo de leitura: 4 minutos)

Por Priscila Yazbek, correspondente internacional da CNN Brasil em Paris.

Os superlativos não foram poupados para definir a importância da inteligência artificial (IA) no Fórum Econômico Mundial de 2024, em Davos, na Suíça. O jornal Financial Times afirmou que “a inteligência artificial dominou as conversas”. Arati Prabhakar, diretor do Gabinete de Política Tecnológica da Casa Branca, disse que a IA “é a tecnologia mais poderosa do nosso tempo”. Para a agência de notícias Reuters, o tema criou “um burburinho em Davos”. E o francês Le Monde disse que a IA é “a nova religião dos negócios” e o fundador do ChatGPT, Sam Altman, “o messias do fórum”.

“Foi o único assunto capaz de disputar a atenção da elite global com os conflitos em Gaza, na Ucrânia e as eleições americanas”.

Entre as dezenas de debates sobre o tema, o mais comentado foi o encontro entre Sam Altman e o diretor-executivo da Microsoft, Satya Nadella. Altman definiu a relação entre eles como o “melhor bromance da tecnologia”. Nadella correspondeu e concordou com Altman em quase tudo. Entre os ganhadores e perdedores da corrida pela nova tecnologia, a Microsoft é provavelmente o maior vencedor. A parceria com a OpenAI, dona do ChatGPT, catapultou a empresa e levou a Microsoft a se tornar a companhia mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 2,89 trilhões, ultrapassando a Apple.

Mas houve uma discordância sutil entre o par romântico. Nadella enfatizou um olhar 100% positivo sobre a IA, dizendo que o mundo está prestes a alcançar “um momento mágico”, semelhante às mudanças provocadas pelo computador pessoal. Já Altman foi mais cauteloso e lembrou que a IA pode ter um poder cognitivo maior do que qualquer ser humano e que “nós não fazemos ideia do que vem a seguir”.

Alguns exemplos ruins já surgiram, como o software que recusou candidatos a empregos acima de uma certa idade, ou o chatbot que produziu posts racistas, além dos inúmeros processos de direitos autorais.

A irresistível promessa da produtividade

Mas o que leva a empolgação com a IA a superar qualquer presságio pessimista é um ponto-chave: o ganho de produtividade. E não há promessa mais sedutora para um líder empresarial.

Dois dados da IBM foram amplamente repetidos nos Alpes suíços:

  • os negócios podem faturar US$ 10 trilhões na próxima década com o aumento de produtividade trazido pela IA;
  • 73% das empresas já estão explorando ativamente a tecnologia em seus negócios, segundo o índice de adoção de IA de 2023 da IBM e da Morning Consult.

O chefe de tecnologia da Casa Branca disse que as soluções para praticamente todos os grandes desafios do mundo passam pela IA. “Se pensarmos no trabalho que temos pela frente — lidar com a crise climática, melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas, garantir que os nossos filhos sejam educados e que as pessoas nas suas carreiras possam treinar para adquirir novas competências, é difícil ver como faremos isso sem o poder da IA”, disse Arati Prabhakar.

O grande desafio é como transformar a tecnologia em fonte de receita, o famoso “como monetizar”. Algumas ideias começam a aparecer.

Para a Reuters, o CEO do BLP Group, uma importante operadora eólica e solar na Índia, disse que está incorporando a tecnologia de chat de IA para uso interno para escrever bem em inglês, não para conteúdo.

Cohere, uma startup de IA de alto nível focada em empresas, vê a ajuda aos vendedores como um caminho de receita. A ideia seria usar a ferramenta para trazer mais divulgação, acompanhamento e automatizar processos, para tornar as equipes de vendas mais produtivas.

A importância de governos acompanharem o movimento

Além de adaptar os negócios à inteligência artificial, também se falou muito em Davos sobre como adaptar a sociedade à nova tecnologia.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou na véspera do evento um estudo que mostra que quatro em cada dez empregos no mundo estão ameaçados pela IA. A diretora do fundo, Kristalina Georgieva, pediu que os governos sejam proativos e estabeleçam redes de segurança social e programas de reciclagem para conter o impacto da IA. Caso contrário, a tecnologia vai elevar a desigualdade e as tensões sociais no mundo, segundo Georgieva.

O primeiro-ministro Li Qiang, da China, afirmou em Davos que a IA deve servir o bem comum, mas deve ser governada de forma adequada, porque “representa riscos à segurança e à ética”. Líderes europeus e dos Estados Unidos têm discutido regulamentos sobre IA há anos e falaram amplamente sobre seus esforços.

CEOs explicam que o verdadeiro desafio não é a substituição de empregos por máquinas, mas por pessoas que saibam usar a IA.

Em meio à tanta discussão, um dado é certo: ainda existem tantas perguntas quanto respostas. E ignorar o tema, seja na política ou nos negócios, não está entre as alternativas corretas.

Somos parceiros da Esfera BR, uma iniciativa independente e apartidária que fomenta o pensamento e o diálogo sobre o Brasil, um think tank que reúne empresários, empreendedores e a classe produtiva. Todas as opiniões aqui apresentadas são dos participantes do evento. O nosso posicionamento nesta iniciativa é o de ouvir todos os lados, neutro e não partidário.

Clique aqui para ler sobre outras personalidades e eventos promovidos pela Esfera BR e Portofino MFO.

#Portofinonamidia

#Portofinonamidia

Este é um resumo com as principais notícias e conteúdos da Portofino Multi Family Office, confira:

26.03.2024/O Globo – Gestora cria área para gestão de bens de atletas de alto rendimento

19.03.2024/E-Investidor – A bandeira da CVM que pode revolucionar a indústria de gestão de fortunas

15.03.2024/Valor Econômico – Portofino compra gestora e cria área voltada a atletas

12.03.2024/Brazil Journal – Reforma vai aumentar o ITCMD. Hora de planejar a sucessão

08.03.2024/Valor Econômico – Executivas de finanças cavam espaço em ambiente adverso

06.03.2024/Capital Aberto – “Meta para o ano é chegar a R$ 30 bi sob gestão com crescimento orgânico e aquisições”

08.02.2024/Valor Econômico – Não dá para comprar cenário de que pior já passou, diz Portofino

31.01.2024/GZH – Com Selic caindo para 11,25%, veja o que muda no crédito e nos investimentos

31.01.2024/CNN Brasil – Com comunicado morno, decisão do BC não surpreende e mostra Copom “tranquilo”, dizem especialistas

29.01.2024/Valor Econômico – Após taxação de fundo exclusivo, aposta é em carteira administrada

25.01.2024/Infomoney – Investe no exterior? Veja 3 formas de planejar sucessão de patrimônio fora do Brasil

24.01.2024/NeoFeed – Portofino quer R$ 30 bilhões e busca “algumas” aquisições no ano

19.12.2023/Exame – Pacto pré-nupcial? Casar pensando em divórcio? Entenda o regime de separação total de bens

08.12.2023/Valor Investe – Índices futuros internacionais disparam. Como investir nesse mercado?

08.09.2023/E-Investidor – O que farão os investidores com a taxação dos fundos exclusivos?

28.07.2023/Infomoney – Fundos de ações que investem no exterior rendem 15% e atraem depósitos; quais as apostas após onda tech?

20.07.2023/O Globo – Entenda a diferença entre fundo exclusivo e o de investimento. E veja o que o governo quer mudar

17.07.2023/Exame – Destravando o crescimento: Private Equity como alternativa à dívida

14.07.2023/Infomoney – Como fica a taxação de investimentos no exterior com o andamento da Reforma Tributária?

13.07.2023/E-Investidor – Como a Reforma Tributária vai mexer com grandes heranças

31.05.2023/Metrópoles – Acordo sobre dívida dos EUA pode desacelerar economia no mundo

30.05.2023/InfoMoney – Por que o impasse do teto da dívida nos EUA preocupa o mundo?

26.05.2023/G1 – O que pode acontecer no Brasil se os EUA derem calote pela primeira vez na história?

18.05.2023/Mais Retorno – MP que tributa aportes via offshore pode inviabilizar negócios, dizem especialistas

17.05.2023/E-Investidor – Tributaristas e wealths recomendam aguardar trâmite da MP das offshores, que mal começou

02.05.2023/E-Investidor – Os efeitos da tributação de ‘trusts’ e ‘offshores’ pelo governo Lula

11.04.2023/Correio do Povo de Alagoas – Renda do agro atrai bancos para investidor do Centro-Oeste

10.04.2023/Estadão – Riqueza do agronegócio torna Centro-Oeste a nova meca dos investimentos financeiros

20.03.2023/Brazil Journal – Wealth Journal – WHG e Portofino em modo “risk-off”

17.03.2023/Valor Investe – Mais um ano de seca na B3? Com juros altos, empresas explicam adiamento de estreia na bolsa

14.03.2023/Citywire Brasil – Portofino chega a R$ 15 bi e vê o futuro dos MFOs na tecnologia

02.02.2023/Zero Hora – Valor de fusões e compras de empresas no RS avança

13.01.2023/Você S/A – O que é Wealth Planning?

12.01.2023/Veja – A temporada de derretimento do euro em relação ao dólar ficou para trás?

15.12.2022/Valor Econômico – Conjuntura global adversa prejudica as carteiras

14.11.2022/E-Investidor – Recessão pode ser problema maior do que inflação, diz Adriano Cantreva

10.11.2022/Gazeta do Povo – Promessas de Lula devem deixar contas no vermelho e aumentar a dívida pública

08.11.2022/Gazeta do Povo – Por que a comida é um dos “vilões” da inflação e o que esperar nos próximos meses

26.10.2022/Bloomberg Línea – Além da renda fixa: como investir com a Selic no maior patamar desde 2016

24.10.2022/Folha de Pernambuco – Investimento familiar exige atenção para evitar perdas

20.10.2022/Portal In – Fortaleza: Iate Clube de Fortaleza sedia encontro sobre empresas familiares

19.10.2022/Gazeta do Povo – Olhar de quem investe no Brasil se divide entre eleição presidencial e riscos externos

10.10.2022/Exame – “Cenário econômico de 2023 será desafiador”

21.09.2022/Veja – A relação entre os juros nos Estados Unidos e o desânimo dos investidores

26.08.2022/Veja – Os sinais de desaceleração da inflação nos Estados Unidos

25.08.2022/Valor Econômico – Estímulo da China ajuda Ibovespa, mas recuo da Petrobras mantém índice instável

16.08.2022/Exame – ESG: Nada se sustenta apenas com o Marketing

04.08.2022/Brazil Journal – Private banks mantêm cautela, apesar da melhora no mercado

03.08.2022/Valor Investe – Veja o que fazer com os seus investimentos após a Selic avançar para 13,75% ao ano

01.08.2022/Forbes – Como investem os megainvestidores

29.07.2022/Agência Estado – Especial – Redução do balanço do Fed vai enxugar liquidez, mas não deve gerar turbulência

27.07.2022/Agência Estado – Portofino Multi Family Office adquire Inva Capital, gestora de Curitiba

06.05.2022/Valor Econômico – Renda fixa domina com alta de juros, mas inflação pode ser ‘pegadinha’ para investidor

05.05.2022/Valor Econômico – Portofino vê oportunidade para ganho real em mix de papéis pós-fixados com indexados à inflação

04.03.2022/Valor Econômico – Gestão de patrimônio cresce 22% e supera R$ 320 bilhões

27.02.2022/Istoé Dinheiro – Entenda o impacto da invasão russa à Ucrânia nas economias brasileira e mundial

12.04.2021/Exame – Você conhece os multi family offices?

Revista Hebraica

Portofino Multi Family Office: modernidade e eficiência na gestão do seu patrimônio

Confira a entrevista:

Decifrando a importância do asset allocation nas carteiras de investimentos

Decifrando a importância do asset allocation nas carteiras de investimentos

Afinal, qual o significado desse conceito tão disseminado e replicado nos principais atuantes do mercado financeiro? Como aplicá-lo de forma eficiente? Preciso mudar constantemente? Se sim, qual periodicidade? Quais são os riscos? É replicável, posso copiar? Essas são algumas perguntas que iremos responder nesse artigo. Espero que gostem da leitura.

O Asset Allocation de uma carteira de investimentos nada mais é do que a distribuição de seus recursos financeiros em diferentes classes de ativos, sendo as principais: renda fixa, renda variável, alternativos e caixa. Quanto maior a complexidade e a diversificação que deseja atingir, mais abrangente pode ser a sua alocação. Desse modo, uma carteira pode ter investimentos em subclasses como treasury, corporate bonds investment grade, high yield, emerging markets, preferreds para renda fixa, large, mid e small caps, technology, european, latam, asian equities para variável e real estate, private equity, venture capital, commodities e até criptomoedas para alternativos (glossário Portofino). É claro que esse universo é imenso, todo tipo de investimento realizado vai ter uma nomenclatura por trás, é normal. A imagem abaixo retirada do Novel Investor mostra o retorno histórico das principais classes em um horizonte de 15 anos.

A grande questão aqui é: nenhuma gestora, por maior e mais consagrada que seja, irá acertar com consistência a classe vencedora todos os anos. O que devemos fazer é saber selecionar os “cavalos” e as “corridas” que iremos correr. Aí que entra o Asset Allocation.

Dentro das classes de ativos mencionadas acima, existem produtos disponíveis que tentam seguir ou ganhar dos índices de mercado (com certeza um tema para outro artigo), mas, pelo fato de terem um benchmark, também estão limitados aos seus riscos. Para dar um exemplo mais concreto, um gestor de ações listadas se propõe a bater o índice S&P 500, para isso, ele irá analisar e definir ações que irão superar a performance do índice, limitado aos ganhos e perdas das mesmas.

No final, os alocadores devem estipular porcentagens máximas e mínimas que podem ter em cada classe de ativo a fim de cumprir os objetivos de longo prazo para seus clientes, levando em consideração os seis pilares a seguir:

  • Diversificação: a descorrelação dos produtos da carteira é algo essencial para um retorno consistente de longo prazo, tanto nas classes e subclasses de ativo como geograficamente. Ao diversificar, você pode minimizar o impacto negativo de um mau desempenho em uma classe ou país específico.
  • Rebalanceamento: nada adianta diversificar se você não mantiver uma constância de rebalanceamento. Ele consiste no ajuste periódico da alocação de ativos para manter a proporção desejada, dado que se valorizam ou desvalorizam. Normalmente, a atividade é realizada semestralmente, mas com revisões esporádicas de acordo com acontecimentos impactantes. Esse rebalanceamento ajuda a manutenção dos objetivos de longo prazo.
  • Perfil de Risco: avaliação do nível de tolerância ao risco. Ele ajuda a determinar a proporção de diferentes ativos em sua carteira com base no conforto com a volatilidade e a necessidade de retorno. Preencher o suitability (perfil do cliente) e traçar claramente seus objetivos são pontos fundamentais para o equilíbrio do portfólio.
  • Horizonte de Tempo: o período que pretende manter os investimentos. Em alguns casos, o simples fato de não precisar de liquidez no curto prazo, acaba te remunerando melhor para riscos muito similares. Em outros casos, você pode pagar caro se precisar sair antes do período final de um investimento.
  • Produtos: determinar em que time você quer estar. Essa parte leva em consideração os custos da instituição, número de ofertas, se tem acesso personalizado ou exclusivo, volume, eficiência operacional e outros.
  • Ciclos Econômicos: a alocação de ativos também pode ser influenciada pelos diferentes estágios dos ciclos econômicos, como expansão, recessão, recuperação e desaceleração. Importante que a alocação acordada tenha um “range” percentual para cada subclasse, o que dá autonomia para aumentar ou diminuir o risco de acordo com o ciclo econômico, mas respeitando o perfil do cliente.

Um estudo do CFA Institute que mede o retorno histórico de fundos de pensão e suas atribuições de performance sugere que mais de 91,5% do retorno de uma carteira é atribuível ao seu mix de classes de ativos. Neste estudo, a seleção individual de ações e o market timing representaram menos de 7% do retorno de uma carteira diversificada.

Esse conceito move os motores da gestão da Portofino. A maneira com que compomos e readequamos o asset allocation é única, exclusiva e irreplicável. Acreditamos que dessa maneira temos recursos de sobra para fazer um investimento equilibrado e condizente com o perfil dos nossos clientes. Qualquer dúvida sobre o assunto, fique à vontade para acionar os nossos especialistas de investimento.

Fernando Godoy cursou Administração de Empresas na FGV com foco em Gestão Estratégica, atuou por 2 anos em empresa de capital aberto e possui 7 anos de experiência no mercado financeiro, com ênfase em investimentos internacionais. Está no time da Portofino MFO há 5 anos, 3 deles como sócio.

Confira outros conteúdos da nossa newsletter

Gestão Dinâmica
O whisky mais caro do mundo
Esfera Brasil | Transição energética e ecológica
Guia de fundos