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Advogada não acredita que MP de tributação de rendimentos no exterior seja aprovada este ano

Advogada não acredita que MP de tributação de rendimentos no exterior seja aprovada este ano

(Tempo de leitura: 6 minutos)

Em resumo, a MP 1171/23 trouxe mudanças na tributação de rendimentos no exterior por meio de aplicações financeiras, entidades controladas e trusts, e tem como objetivo aumentar a arrecadação do governo. É importante aguardar o desenrolar da medida antes de tomar decisões e manter em mente que as estruturas offshores ainda têm seus benefícios não tributários.

O mercado foi surpreendido na noite de domingo (30) com a Medida Provisória 1171/23, assinada pelo presidente Lula. A medida determina o aumento na faixa isenção da tabela de Imposto de Renda de Pessoas Físicas e também incluiu alterações sobre a tributação de rendimentos no exterior por meio de aplicações financeiras, entidades controladas e trusts.

A mudança visa aumentar a arrecadação em prol do funcionamento do novo arcabouço fiscal do governo. Segundo reportagem do jornal O Globo, a MP tem como objetivo arrecadar R$ 3,2 bilhões em 2023. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, em três anos, o objetivo é arrecadar até R$ 13,5 bilhões com essas mudanças.

O texto da MP prevê, dentre os seus pontos, que, a partir de 2024, os rendimentos provenientes de aplicações financeiras fora do Brasil por pessoas físicas residentes no país serão tributados em alíquotas conforme os ganhos obtidos. 

Mesmo com toda a repercussão da MP, a advogada Elisabeth Libertuci, do Lewandowski Libertuci Advogados, “não vê grandes novidades nessa medida”. “Acho que é mais pedagógica do que qualquer outra coisa. A MP reúne vários regramentos que já existiam e agora foram agregados de uma maneira bem feita”. O ponto de vista geral do mercado é que a MP foi bem escrita e abrange a maior parte dos investimentos e estruturas no exterior, mas com pontos controversos que precisam ser detalhados.

A advogada diz que, após a leitura do texto, chegou a duas conclusões: “Quem elaborou isso entende bem dessa área e, independentemente se vai vingar ou não, o assunto está posto na ordem do dia e vamos ter que aprender a conviver com isso”.

Ela não acredita que haverá tempo para essa medida ser aprovada ainda este ano, por isso é possível que não produza efeitos em 2024. Contudo, é provável que não passe de 2025. Ela não descarta que esse assunto se estenda para vigorar apenas em 2025, até porque o governo pretende também encaminhar o projeto de mudança do imposto de renda. “Tem muita discussão ocorrendo paralelamente no Congresso. Isso não quer dizer que não devemos estudar e manter esse assunto no radar, porque pode ser que de 2024 a gente passe, mas de 2025 não passamos”, analisou a Dra. Elisabeth. Ela, entretanto, fez questão de ressaltar que essa é sua visão atual, mas que em um mês muita história pode se desenrolar.

Ela também afirma que é necessário aguardar o desenrolar da MP para tomar qualquer decisão e que congelar o cenário é a melhor opção neste momento. Elisabeth recomenda que quem tem fundos e offshores mantenha suas estruturas e quem está planejando investir espere até que haja uma maior visibilidade da tramitação da medida.

A MP tem o objetivo de aumentar a arrecadação do governo em prol do funcionamento do novo arcabouço fiscal e prevê mudanças na tributação de rendimentos no exterior por meio de aplicações financeiras, entidades controladas e trusts. A partir de 2024, os rendimentos provenientes de aplicações financeiras fora do Brasil por pessoas físicas residentes no país serão tributados em alíquotas conforme os ganhos obtidos.

Além disso, as pessoas físicas com “empresas controladas” de investimentos financeiros no exterior, estruturas de “trusts” sofrerão tributação no Brasil pelo lucro obtido anualmente. Hoje, as offshores e trusts só são tributadas na distribuição dos lucros ou quando são creditados aos beneficiários. A MP também prevê a opção de atualizar o valor de bens e direitos no exterior, com pagamento de 10% de IR sobre o ganho apurado, a principal proposta que pode ter efeitos ainda em 2023.

Apesar das controvérsias sobre a medida, o mercado avalia que a MP foi bem escrita e abrange a maior parte dos investimentos e estruturas no exterior, mas ainda há pontos que precisam ser detalhados. Elisabeth ressalta que, mesmo que a medida não seja aprovada este ano, ela terá implicações no futuro próximo, na tentativa de alinhar o modelo de tributação aplicado em diversos países desenvolvidos.

Elisabeth Lewandowski Libertuci 

É Formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/ SP – 1985 e Professora de Pós-Graduação lato sensu. Palestrante sobre questões tributárias no Brasil e no exterior, especialista em planejamento sucessório para famílias com patrimônio no Brasil e no exterior, além de elaboração do Imposto de Renda Pessoa Física, com enfoque no aconselhamento de famílias empresariais, diretores, membros de Conselho de Administração e executivos de multinacionais. Também é colunista dos principais veículos de comunicação em assuntos voltados ao Direito Tributáro. (www.lewlaw.com.br)

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Investimentos internacionais: quais são, vantagens e como investir

Investimentos internacionais: quais são, vantagens e como investir

Aplicar seus recursos em investimentos internacionais é uma ótima maneira de diversificar seus ativos e obter um retorno ainda maior com aplicações financeiras. 

Afinal, os ganhos são em dólar, uma das moedas mais fortes do mundo.

Do mesmo modo, é uma ótima oportunidade de acessar mercados mais maduros que o brasileiro, outros emergentes e também ações e índices compostos por grandes empresas dos mais diversos setores, como tecnologia, healthcare, consumo, bancário, entre outros, contribuindo com a proteção e crescimento do seu patrimônio.

Se você já possui uma carteira equilibrada e está pensando em otimizar os ganhos, essa pode ser uma alternativa interessante de médio e longo prazo.

O que são investimentos internacionais? 

Os investimentos internacionais consistem em uma forma de aplicar dinheiro em mercados, índices e ativos de outros países e, assim, ter uma rentabilidade em moedas mais valorizadas como o dólar, euro, libra, marco alemão, entre outras.

Esta categoria de estratégia tem sido bastante procurada por brasileiros que procuram evitar a perda de patrimônio provocada por crises econômicas e a instabilidade política que impacta o nosso país, bem como a desvalorização do real.

Ademais, o cenário internacional oferece uma diversidade muito maior de ativos e ações se compararmos com o mercado local.

Por que diversificar a carteira de ativos com investimentos internacionais? 

A vida financeira da grande maioria dos investidores brasileiros está atrelada ao que chamamos “Risco Brasil”, ou seja, são fundadores, sócios ou assalariados por empresas sediadas no país, possuem imóveis, sejam eles para moradia, passeio ou investimento, também no Brasil e grande parte de seu patrimônio líquido investido e custodiado por corretoras e bancos nacionais. 

As incertezas político-econômicas do nosso país tornam esse risco ainda maior e a alternativa de enviar recursos para fora é um meio de descorrelacionar os seus recursos financeiros.

Seguindo esse pensamento, o cenário de investimentos internacionais nunca esteve tão favorável. 

Nesse sentido, quem opta por diversificar sua carteira com ativos internacionais, pode correr menos riscos e obter uma rentabilidade maior, principalmente para estratégias com maior horizonte de tempo.

Ou seja, o investidor consegue diversificar seus investimentos internacionais com maior abrangência e liquidez, proteger seu patrimônio diante de crises nacionais e ainda ter ganhos reais sobre o capital.

Se antes os brasileiros tinham a impressão de que operações internacionais eram algo “fora da lei”, devido à presença constante da palavra “offshore” na mídia como protagonista em notícias sobre ocultação de patrimônios provenientes de ações criminosas, hoje vemos o contrário. 

Aqui na Portofino Multi Family Office você pode ter acesso a diferentes veículos financeiros e investir nos mais altos padrões e pré-requisitos regulatórios.

De acordo com estudo da InfoMoney, apenas nos primeiros cinco meses de 2020 os brasileiros investiram mais de US$ 3,4 bilhões mercados internacionais, por que não seguir esse mesmo caminho?

Quais os benefícios de ter investimentos internacionais? 

Apesar dos ativos estrangeiros proporcionarem segurança e maior rentabilidade, suas vantagens vão além. 

Ter parte do seu patrimônio dolarizado, como se diz no jargão do mercado financeiro, é uma maneira legítima de valorizá-lo.

Contudo, é importante entender tudo que se pode dos mercados internacionais antes de compor uma carteira diversa, mas, antes, confira algumas vantagens de ter investimentos internacionais no portfólio:

Mais oportunidades de aplicações 

Enquanto no mercado brasileiro é possível investir em ações de apenas 400 empresas, nos Estados Unidos esse número ultrapassa 6 mil.

Ou seja, o investidor internacional tem uma maior diversificação de investimentos e a possibilidade de aplicar recursos em inúmeros ativos, dos mais tradicionais aos alternativos, de diversas empresas e segmentos.

Aplicar em mercados mais maduros 

Mercados como o norte-americano e o europeu possuem experiências não só em períodos de alta, mas também em momentos de crises e pânico. 

Se analisarmos a crise causada pela pandemia, no ano passado, a economia americana, com ações rápidas do FED (Federal Reserve, o Banco Central americano), foi uma das primeiras a colocar em prática iniciativas de recuperação, em plena corrida eleitoral.

Sabemos que os países do primeiro mundo estão muito mais estruturados economicamente do que o nosso. 

Assim, eles oferecem mais segurança, principalmente no longo prazo, para os investidores.

Montar uma carteira com ativos que não encontramos no Brasil

Outra vantagem de investimentos internacionais consiste no fato de poder investir em ativos específicos de outros países, como os papéis da Berkshire Hathaway. 

A empresa, de Warren Buffett, localizada em Nebraska, teve um crescimento de 23% em 2020.

Além disso, existem classes de investimentos internacionais pouco explorados no Brasil, como os ADRs, ETFs setoriais, commodities e fundos de hedge, venture capital, private equity, real estate, as alternativas são inúmeras.

Maior proteção ao viés local 

Os investimentos internacionais ainda garantem mais preservação de capital. 

Ou seja, a capacidade do poder de compra que um investidor tem no longo prazo.

Nos últimos 20 anos, a inflação subiu 250% no Brasil, enquanto nos Estados Unidos não ultrapassou 53%. 

Nesse sentido, o brasileiro perdeu cinco vezes mais o seu poder de compra e os investimentos em dólar tiveram uma maior proteção.

Do mesmo modo, ter recursos alocados em mercados estrangeiros, garantem a rentabilidade do capital mesmo enquanto se enfrenta crises políticas ou sanitárias em seu próprio país.

Diversificação qualificada 

Investir no exterior também permite uma diversificação não só geográfica, mas também econômica e de ativos, afinal, hoje em dia, só o fuso horário separa os mercados.

Primeiramente, os investimentos internacionais oferecem ao investidor exposição global. 

Eles também possibilitam o acesso às diversas moedas, inclusive as consideradas mais seguras, como o franco suiço e o iene japonês.

Além disso, o investidor consegue buscar diversos ativos que proporcionem redução de risco e ainda oferecem um maior retorno. 

A maioria deles não são tão comuns no Brasil, como os ETFs ou Commodities.

Ganhos com variação cambial 

Ter uma carteira de ativos exposto às moedas internacionais, como o dólar, representa um menor impacto dos efeitos da inflação local, lucra com ganhos da rentabilidade convencional, além de possíveis ganhos excedentes com a valorização das moedas

Quais são os tipos de ativos para investir no exterior?

Alguns tipos de investimentos internacionais que existem no exterior também têm equivalências aqui no mercado financeiro brasileiro.

A diferença é que quando você abre as opções para o nível mundial, começam a surgir ativos muito mais diversos para compor uma carteira bem recheada.

Ações

Essas são conhecidas do investidor brasileiro, e investir fora do país é relativamente semelhante como é por aqui.

As bolsas dos países recebem os IPOs (abertura de capital) e as ações dessas empresas passam a ficar disponíveis para compra de qualquer investidor cadastrado nas corretoras.

Se pegarmos de exemplo as bolsas americanas, cujo símbolo máximo é Wall Street, várias empresas entraram diariamente, não só nessa como em outras.

Por lá funcionam vários mercados além do Wall Street, que é famoso por ser o maior, por isso a economia é muito mais estruturada, pois as opções são muito mais vastas.

Aqui, no Brasil, a maioria das empresas com capital aberto na B3 são gigantes, mas em outros países, você tem opções de possuir ações de empresas menores, que estão apenas começando, e pode conseguir um ativo que vai valorizar muito em pouquíssimo tempo.

Quanto maior o seu portfólio de investimento, maiores as chances de ganho.

REITs

O Real Estate Investment Trusts é o equivalente aos fundos imobiliários que temos por aqui, com a diferença que no mercado internacional, os dividendos vem em dólar, euro e afins.

Talvez a diferença mais relevante entre as REITs e os fundos de investimento imobiliários brasileiros é que nos Estados Unidos, por exemplo, o investimento é feito como de uma ação.

Ou seja, você adquire parte de uma empresa que gerencia determinados imóveis, enquanto no Brasil há fundos que permitem a arrecadação do dinheiro para construção de empreendimentos.

Por fim, as REITs são opções interessantes para ter uma carteira de investimentos internacionais, pois apesar de serem variáveis, são fixadas em imóveis que tendem a render lucros bem consistentes.

ETFs (Fundos de Índice)

Os ETFs são fundos de índices que geralmente são administrados por uma gestora profissional.

Isso é uma boa opção para investir em diversificação, sem precisar ter que escolher as empresas uma a uma, pois a gestora é quem faz essa seleção.

A vantagem de um ETF é que as empresas da carteira sempre irão variar, baseadas em estimativas de índices específicos, visando uma maior lucratividade.

O investidor precisa fazer muito pouco nesse caso, desde que escolha uma gestão profissional eficiente para administrar o investimento.

No mercado internacional, isso é potencializado, pois as opções são ainda mais variadas, e uma boa gestora vai conseguir manter sempre um bom conjunto de ativos na carteira.

Investimento Direto

Investimento Direto é uma modalidade em que uma empresa ou indivíduo injeta capital diretamente em uma empresa estrangeira, adquirindo uma participação societária significativa e influência na gestão da empresa.

Essa forma de investimento é diferente de investimentos em ações negociadas em bolsa, em que o investidor não possui controle sobre a empresa em que está investindo.

As vantagens do Investimento Direto incluem maior controle e influência, maior potencial de retorno, diversificação geográfica, acesso a novos mercados, transferencia de conhecimento e tecnologia, entre outros.

COEs

COE significa “Certificado de Operações Estruturadas”. Trata-se de um produto financeiro que combina características de renda fixa e variável, oferecido por instituições financeiras.

Basicamente, o COE é um investimento que tem um capital protegido, ou seja, o investidor não corre o risco de perder o valor principal investido, e um componente de renda variável que pode oferecer ganhos maiores do que a renda fixa convencional.

A estrutura é montada de forma personalizada, com uma combinação de ativos financeiros, como ações, moedas, commodities, índices, entre outros.

As principais vantagens do COE são a proteção do capital, um potencial de ganhos maiores, maior flexibilidade e acesso a ativos financeiros normalmente restritos.

Fundos de Investimento no Exterior

Fundos de investimento no exterior são fundos que investem em ativos financeiros em outros países. Esses ativos podem incluir ações, títulos, fundos imobiliários, entre outros.

Esses fundos podem ser gerenciados por gestores brasileiros ou estrangeiros e podem ser oferecidos tanto para investidores institucionais quanto para pessoas físicas.

As vantagens dos fundos de investimento no exterior incluem a diversificação de risco, já que o investidor pode investir em ativos que não estão disponíveis no mercado brasileiro e em diferentes setores e países.

Além disso, esses fundos proporcionam acesso a mercados com maior potencial de retorno e oferecem proteção contra a desvalorização da moeda brasileira.

Outra vantagem é a possibilidade de investir em empresas de tecnologia e inovação que não estão presentes no mercado brasileiro e que podem ter potencial de crescimento acelerado.

Alguns fundos de investimento no exterior também oferecem opções de hedge cambial para minimizar o risco de flutuações cambiais.

No entanto, é importante ressaltar que investir em fundos de investimento no exterior envolve riscos e é necessário avaliar cuidadosamente as opções disponíveis, bem como considerar as taxas e impostos envolvidos na operação.

Além disso, é importante buscar informações sobre a legislação e regulamentação aplicáveis a esse tipo de investimento, tanto no Brasil quanto no exterior.

BDRs

BDR (Brazilian Depositary Receipt) é um certificado de depósito de valores mobiliários emitido por instituições financeiras brasileiras que representa uma ação negociada no exterior.

Em outras palavras, é uma forma de investir em ações estrangeiras por meio da bolsa de valores brasileira.

As vantagens dos BDRs incluem diversificação da carteira, acesso a empresas de grande porte, a facilidade no investimento, proteção cambial e a conversão simplificada.

Ainda assim, é importante ressaltar que investir em BDRs envolve riscos, como qualquer investimento em renda variável.

Por isso, é fundamental que o investidor faça uma análise cuidadosa dos BDRs disponíveis, levando em consideração sua situação financeira, objetivos e perfil de investimento.

Moedas

Investir em moedas pode ser feito por meio do mercado de câmbio, também conhecido como Forex (Foreign Exchange), que é o mercado de negociação de moedas estrangeiras.

As vantagens de investir em moedas incluem a diversificação de investimentos, potencial em ganhos, acesso global e o baixo custo.

No entanto, é importante ressaltar que investir em moedas estrangeiras também pode ser arriscado.

Os movimentos do mercado de câmbio podem ser voláteis e imprevisíveis, o que pode levar a perdas significativas.

Por isso, é importante que os investidores obtenham informações e conhecimentos sólidos sobre o mercado de câmbio antes de começar a investir.

Além disso, é recomendado contar com a ajuda de profissionais de gestão de patrimônio ou de consultores financeiros especializados em investimentos em moedas estrangeiras, a fim de tomar decisões mais informadas e estratégicas.

Commodities

Por fim, commodities são produtos básicos, geralmente produzidos em grande quantidade e padronizados em termos de qualidade e especificações, que podem ser negociados em mercados financeiros. 

Alguns exemplos de commodities incluem metais preciosos (ouro, prata, platina), petróleo, gás natural, grãos (trigo, milho, soja), açúcar, café, algodão, entre outros.

Investir em commodities pode ser feito por meio de contratos futuros, opções, ETFs (Exchange-Traded Funds) ou investimentos diretos em empresas do setor de commodities.

O investidor também pode optar por injetar capital em empresas que usam commodities como matéria-prima em seus processos produtivos, como mineradoras e empresas de energia.

Uma das principais vantagens de investir em commodities é a diversificação da carteira de investimentos, uma vez que o desempenho desses ativos não está diretamente relacionado com o desempenho de outros tipos de investimentos, como ações e títulos.

Além disso, a demanda por commodities é geralmente estável, o que pode proporcionar retornos consistentes para os investidores.

Outra vantagem é que as commodities podem ser usadas como uma forma de proteção contra a inflação, uma vez que o aumento nos preços desses produtos geralmente está correlacionado com o aumento dos preços no mercado em geral.

Portanto, se a inflação estiver alta, os preços das commodities também devem subir.

Mercados maduros e com muitas oportunidades

Hoje, o Brasil representa apenas 3% dos mercados financeiros internacionais, e apesar de termos batido recordes de CPFs cadastrados na B3 nos últimos anos, ainda é um número muito baixo comparado a nações de primeiro mundo.

Ao buscar ativos no exterior, o investidor passa a acessar outros 97% de possibilidades e oportunidades, além de se proteger dos momentos de crise e incertezas locais. 

Além disso, o seu patrimônio fica dolarizado, ou seja, muito menos suscetível a variação da economia nacional, inflação e afins.

Quais os melhores ativos internacionais?

É difícil afirmar qual é o melhor ativo internacional, uma vez que essa escolha depende dos objetivos financeiros, perfil de risco e horizonte temporal de cada investidor.

Existem muitos ativos internacionais disponíveis, como ações, títulos, ETFs, moedas e commodities, cada um com suas particularidades e riscos.

Dessa forma, é importante que o investidor faça uma análise criteriosa de seus objetivos e perfil de investimento antes de tomar uma decisão sobre os ativos internacionais que deseja incluir em sua carteira.

Além disso, contratar serviços de wealth management e gestão patrimonial pode ser uma boa opção para investidores que desejam maximizar seus investimentos e garantir uma gestão eficiente de suas finanças.

A Portofino Multi Family Office, por exemplo, oferece serviços de gestão de patrimônio, planejamento sucessório, gestão de investimentos e outras soluções financeiras personalizadas, de acordo com as necessidades de cada cliente.

Essa abordagem personalizada pode ajudar os investidores a encontrar os melhores ativos internacionais para suas carteiras, além de auxiliá-los na gestão de riscos e na tomada de decisões financeiras mais acertadas.

Conclusão

Aqui, na Portofino, estamos preparados para apoiá-lo a navegar em outros mercados com segurança, resultados e um alinhamento exclusivo aos seus objetivos. 

Somos uma das poucas gestoras de patrimônio brasileiras com escritório e estrutura no exterior, isso nos fornece uma conexão direta com o que há de melhor lá fora. 

Nossa equipe tem experiência prática, e um ótimo exemplo disso é Adriano Cantreva (foto), sócio Portofino que nasceu no Brasil, mas viveu muito mais no exterior, conhece como ninguém os mercados financeiros globais e já dirigiu empresas como JP Morgan, Itaú, XP Inc, entre outras.

Os benefícios que nosso time de Nova York poderá te oferecer são inúmeros, a começar pelo suporte bilíngue, relatórios unificados com as suas posições locais e internacionais, acesso a plataformas com os menores custos transacionais, tudo para apoiá-lo na construção de um futuro financeiro equilibrado para a sua família e para você. 

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Federal Reserve eleva taxa de juros pela oitava vez consecutiva

Federal Reserve eleva taxa de juros pela oitava vez consecutiva

Em linha com o esperado, o Federal Reserve elevou a taxa de juros básica em 0,25 ponto percentual, para o patamar de 4,5% a 4,75%, o oitavo aumento consecutivo. A reação do mercado foi positiva com a divulgação de mais uma alta, mas o tom por parte dos americanos ainda foi de cautela.

A decisão unânime do comitê reforça a preocupação com o descontrole da inflação, mesmo com a desaceleração apresentada nas recentes leituras. O Banco Central americano seguirá aumentando as taxas até ver sinais mais fortes do controle inflacionário. 

No comunicado, o Fed atribuiu à guerra na Ucrânia como um dos principais fatores do aumento de preços, já que o confronto segue “provocando dificuldades humanas e econômicas, contribuindo com o aumento de incertezas”. Apesar da sinalização de mais altas futuramente, o comitê afirmou que irá basear as próximas decisões conforme os indicadores econômicos, dando flexibilidade para ajustar sua estratégia e atingir suas metas.

Federal Reserve eleva taxa de juros pela oitava vez consecutiva

Linhas Globais: Movimentos para 2023

A diversificação e a internacionalização dos investimentos são duas tarefas muito importantes para quem busca proteger e ampliar seu patrimônio ao longo dos anos. O investidor que fica restrito somente aos ativos e produtos que o mercado brasileiro oferece está perdendo inúmeras oportunidades em mercados maduros e economias fortes. 

Relembrando como a “bola rolou” em 2022, o mercado global foi marcado pelos recordes de inflação nas principais economias do mundo, com destaque para os Estados Unidos e a Europa, e a corrida dos bancos centrais em elevar as taxas de juros para tentar controlar a rápida alta dos preços.

Nos Estados Unidos, o pico da inflação aconteceu em julho, quando subiu a 9,1% em 12 meses, nível mais alto em 40 anos. Correndo atrás do prejuízo, o Federal Reserve, banco central americano, aumentou a taxa de juros básica do intervalo de 0% a 0,25% para 4,5% a 4,75%. Neste período, foram oito altas consecutivas, sendo 4 delas de 0,75 ponto percentual, o aperto monetário mais rápido desde a década de 1980.

A decisão desta quarta-feira (1) elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para o atual patamar de 4,5% a 4,75% . A reação do mercado foi positiva com a divulgação de mais uma alta, mas o tom por parte dos americanos ainda foi de cautela.

A decisão unânime do comitê reforça a preocupação com o descontrole da inflação, mesmo com a desaceleração apresentada nas recentes leituras. O Banco Central americano seguirá aumentando as taxas até ver sinais mais fortes do controle inflacionário. 

No comunicado, o Fed atribuiu à guerra na Ucrânia como um dos principais fatores do aumento de preços, já que o confronto segue “provocando dificuldades humanas e econômicas, contribuindo com o aumento de incertezas”. Apesar da sinalização de mais altas futuramente, o comitê afirmou que irá basear as próximas decisões conforme os indicadores econômicos, dando flexibilidade para ajustar sua estratégia e atingir suas metas.

Resumidamente, na Europa, o cenário não foi tão diferente. Por lá, a Zona do Euro também atingiu picos históricos de inflação ao longo do ano e a taxa de juros ainda tem perspectivas de subir.

Entrando em 2023, a inflação continua sendo assunto de atenção e vai ter participação significativa no rumo dos mercados globais ao longo deste ano. Simultaneamente, o mercado fica de olho em uma possível recessão comprada ao elevar as taxas de juros e, se ocorrer, o quão forte ela será? 

Em meio a toda essa conjuntura, a autoridade monetária americana precisa lidar com o risco de “pesar a mão” no aperto monetário e desencadear uma recessão desnecessária para a maior economia do mundo. Há duas semanas, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, afirmou que as perspectivas de um “pouso suave” (desaceleração do crescimento sem provocar uma recessão) melhoraram acentuadamente na economia americana. 

Ele ainda ressaltou que o Fed precisa agir de maneira forte, pois há possibilidades da inflação voltar, e, neste cenário, medidas mais fortes teriam que ser tomadas. Os agentes econômicos se manterão atentos quanto ao rumo da taxa de juros neste ano, principalmente nos Estados Unidos. 

Além disso, a China vai consolidando seu movimento de volta. O crescimento da economia chinesa, entre outros fatores, ficou em xeque com a rígida política de controle contra o coronavírus que restringiu a locomoção de inúmeras pessoas e famílias e impôs lockdown em importantes cidades do país. 

A política de Covid-zero foi abandonada abruptamente no fim de 2022 após manifestações da população eclodirem pela China. Com a flexibilização das medidas, o número de casos cresceu e acendeu o alerta das autoridades de saúde. Segundo dados divulgados pela Comissão Nacional de Saúde, houve uma queda de 44,3% no número de pacientes graves com Covid e diminuição de 72% das mortes diárias em relação à primeira semana do ano. O temor agora fica com a proliferação de uma nova onda nas áreas rurais, onde as condições sanitárias, como falta de médicos e infraestrutura hospitalar, dificultam o combate à doença.

Por outro lado, do ponto de vista econômico, a medida é um alívio e, mesmo com o aumento no número de casos da doença, a perspectiva é de continuidade da reabertura da economia. E a retomada da China é um bom sinal para o Brasil, dado o aumento na procura por commodities.

O governo chinês entrou em 2023 aparentemente mais tolerante com as contaminações de coronavírus e inclinado em voltar a fazer a máquina girar em um ritmo econômico mais acelerado após o Escritório Nacional de Estatística divulgar que o PIB do país asiático cresceu 3% em 2022, abaixo da meta estipulada pelo governo em 5,5%, e apresentou uma forte desaceleração em relação a 2021, quando cresceu 8,4%.

A China ainda enfrenta como desafio a turbulenta relação com Washington, com a tentativa americana de barrar gigantes de tecnologia chinesas para dificultar e obstruir o desenvolvimento do país em diversos âmbitos – incluindo o militar -, passando pela “guerra dos chips”, que teve momentos de maior apreensão após a visita de Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a Taiwan. 

Enquanto no Brasil acompanhamos as incertezas advindas de um novo governo, lá fora seguem as expectativas para saber se o processo de desaceleração da inflação irá se concretizar e quais serão os resultados dos rigorosos apertos monetários nas principais economias do mundo. Por fim, a retomada chinesa e o acompanhamento das contaminações de coronavírus também estão no radar.

(Conteúdo atualizado em 01/02/2023)

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IPCA fecha 2022 com alta de 5,79%

O IBGE divulgou, nesta terça-feira (10), que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação no Brasil, avançou 0,62% em dezembro. Dessa forma, a inflação acumulada fechou 2022 em 5,79%, abaixo dos 10,06% acumulados em 2021, mas acima da meta estabelecida, a qual era de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual.

De acordo com o IBGE, em dezembro, a maior variação (1,60%) e impacto (0,21 p.p.) foram de Saúde e cuidados pessoais. O resultado de 2022, por outro lado, foi impactado, principalmente, pelo grupo Alimentação e bebidas (11,64%), que, no acumulado do ano, teve o maior impacto (2,41 p.p.).

Na carta do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dirigida a Fernando Haddad, ele listou que a inércia da inflação do ano anterior, elevação dos preços de commodities (em especial do petróleo), desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos e gargalos nas cadeias produtivas globais, choques em preços de alimentação – resultantes de questões climáticas – e a retomada na demanda de serviços e no emprego, impulsionada pelo acentuado declínio da quantidade de casos de Covid-19 e consequente aumento da mobilidade, foram os fatores que contribuíram para que a inflação estourasse o teto da meta.

Por outro lado, Campos Neto também destacou que vários fatores, como redução na tributação sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, comportamento da bandeira de energia elétrica – que passou de escassez hídrica para bandeira verde – e melhora do câmbio, reduziram o desvio da inflação em relação à meta.

O presidente da autoridade monetária ainda destacou que a politica monetária “avançou substancialmente no terreno contracionista em 2022”.

As projeções condicionais do BC são de que a inflação acumulada em quatro trimestres prossiga a trajetória de queda ao longo de 2023, terminando o ano em patamar inferior ao de 2022. No Relatório de Inflação de dezembro de 2022, as projeções condicionais apontam para inflação de 5,0% em 2023 (queda de cerca de 0,8 p.p. em relação à inflação observada em 2022), 3,0% em 2024 e 2,8% em 2025, ante metas para a inflação de 3,25%, 3,00% e 3,00%, respectivamente.

Além disso, sobre o prazo para que a inflação termine dentro da meta, Campos Neto escreveu que “em 2023, a inflação ainda se mantém superior à meta, em virtude principalmente da hipótese do retorno da tributação federal sobre combustíveis nesse ano e dos efeitos inerciais da inflação de 2022”.

De maneira geral, os dados divulgados acima do esperado somam-se a piora das expectativas do mercado acerca da trajetória do IPCA para os próximos anos. A apreensão advinda dos riscos fiscais trazidos pelo posicionamento do novo governo, vêm se materializando em uma desancoragem inflacionária que pode mudar o rumo da política monetária.

Diante desse ambiente macroeconômico de grande incerteza, reduzimos taticamente a exposição à essa classe de ativo, devido ao risco de mercado, vis a vis, o retorno esperado, não fazer jus à alocação estrutural nesta classe.

Inflação americana recua em dezembro e fecha 2022 com alta de 6,5%

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, em inglês) dos Estados Unidos recuou 0,1% em dezembro, segundo os dados divulgados, nesta quinta-feira (12), pelo Departamento do Trabalho americano, em linha com o esperado. No acumulado do ano em 2022, a inflação americana fechou com alta de 6,5%, redução em relação a 2021, quando houve alta de 7%, se confirmando como o menor aumento em 12 meses desde o período encerrado em outubro de 2021.

Ao longo do ano, em junho, o CPI atingiu a máxima de 9,1%, patamar que não era registrado há 40 anos, na época do choque do petróleo nos anos 70 e 80. Entretanto, o recuo na taxa acumulada foi o sexto consecutivo.

Em 2022, o Federal Reserve (banco central americano) elevou os Fed Funds – similar à taxa Selic – para o patamar de 4,25% e 4,5% ao ano. Em 2023, a expectativa de agentes do mercado é de novas altas, mas em ritmo menor do que o último ano. A projeção da autoridade monetária para os juros em 2023 é de 5,1%.

Na ata da última reunião, realizada nos dias 13 e 14 de dezembro de 2022, os membros do comitê disseram que “manter a política monetária restritiva por um período sustentado até que a inflação esteja claramente em direção a 2% é apropriado do ponto de vista da gestão de risco”. 

Dentre os motivos que contribuíram para o aperto da pressão inflacionária, o Fed ressaltou as consequências dos desequilíbrios entre oferta e demanda decorridos da pandemia de Covid-19 e os impactos econômicos e humanitários da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Federal Reserve eleva taxa de juros pela oitava vez consecutiva

Guerras: Russia vs Ucrânia, mundo vs inflação.

O mercado econômico internacional foi bastante agitado ao longo do mês de outubro. Sejamos sinceros, ao longo de todo ano, até aqui, tem sido assim, uma corrida sem fim de combate à inflação, altas taxas de juros e outras questões que balançaram os mercados e incomodaram investidores e gestores. Em meio a tudo isso, bancos centrais teimavam em reconhecer a real severidade da inflação, sendo a eclosão da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o ponto final da leniência destas autarquias.

O combate militar, recentemente, completou oito meses e ainda parece distante de qualquer resolução pacífica. Na verdade, o sentimento é que o conflito chegou a um ponto de inflexão e as tensões estão tão fortes quanto no início, depois de alguns meses em que tentativas inúteis de selar a paz, não tiveram sucesso. As constantes ameaças russas de um possível uso de armamento nuclear estão colocando o mundo em alerta sobre uma possível escalada da guerra para abrangência mundial. Sem falar das graves consequências para questões sociais e humanitárias, o agravamento do conflito é péssimo para uma recuperação global, já que parte significativa da alta de preços foi acentuada pelas consequências da guerra.

Infográfico: Marketing Portofino MFO

Na Europa, o Banco Central Europeu segue realizando o movimento de aperto monetário. Na última reunião, o banco elevou em 0,75 ponto percentual as taxas de empréstimo (2%), de refinanciamento (2,25%) e a de depósito (1,5%). A decisão é uma resposta à inflação, que continua pressionando os países da região da Zona do Euro diante da possibilidade de uma recessão. A inflação anual ao consumidor da região atingiu 9,9% em setembro, enquanto a meta da autarquia é de 2%.

Sofrendo pelos impactos econômicos da pandemia e da guerra, a Alemanha é um dos países mais atingidos. Os dados preliminares de inflação indicam uma alta anual de 10,4% em outubro, a maior desde 1951. Na comparação com o mês anterior, a elevação foi de 0,9%. Os alemães são os mais dependentes do gás natural russo, e, desde o início do conflito armado no leste europeu, eles são os mais prejudicados pela alta dos preços de energia. Entretanto, dados preliminares do PIB alemão mostram que a economia se manteve resiliente com um crescimento de 0,3% no terceiro trimestre, embora a conjuntura global adversa e todas as previsões de retração.

A guerra, além das consequências econômicas que afetam a vida de pessoas no mundo todo (a Europa vive sua maior inflação em anos e tenta conciliar uma alta na taxa de juros sem entrar em recessão), ela já resultou em 8,6 mil civis feridos e quase 6 mil mortos, segundo a ONU. Apesar do longo período, seguimos na torcida – e na esperança – para que esse triste capítulo da história se encerre o mais rápido possível.

O Reino Unido

Como se já não estivesse complicado o bastante, o Reino Unido, especialmente a meteórica ex-primeira-ministra Liz Truss, conturbaram ainda mais o cenário com o seu questionável plano econômico de promover o maior corte de impostos do país desde 1972. 

A estratégia cortaria os impostos sobre a folha de pagamento, congelaria o imposto sobre empresas, abandonaria o teto para bônus bancários e gastaria bilhões para subsidiar contas de energia nos próximos dois anos. O pacote, contudo, custaria mais de £150 bilhões para o governo, segundo alguns analistas previam.

Apesar de Truss e seu Ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, terem elaborado o plano visando impulsionar a economia, o efeito foi totalmente contrário. Após o anúncio, o receio tomou conta do humor dos investidores e contaminou o mercado como um todo. O movimento por parte do governo levou a uma crise dos títulos públicos britânicos e um temor quanto à sustentabilidade das contas do país. Além disso, reflexos também foram sentidos na libra esterlina, que caiu mais de 1,5%, para US$ 1,110, o menor patamar para a divisa desde 1985. Importante ressaltar que a moeda já havia caído ⅕ em relação ao dólar em 2022, que, com a elevação da taxa de juros mundial e os conflitos no leste europeu, tem se beneficiado ao longo do ano.

Entretanto, é injusto colocar somente na conta da terra do Rei Charles III o ambiente conturbado que estão os mercados internacionais. É bem verdade que o exterior já vivia dias de tensão, principalmente com o latente risco de recessão global guiado pelas consecutivas altas de juros dos EUA para tentar domar a inflação por lá. Por falar nela, a inflação inglesa está nos dois dígitos, 10,1% em setembro no acumulado dos últimos 12 meses, marcando uma das taxas mais altas em 40 anos, em um país que não é acostumado a enfrentar processos inflacionários elevados e resilientes. O aperto na Inglaterra também tem sido forte, os juros já batem 2,25% ao ano, o maior patamar em 14 anos. 

O fiasco do plano de Truss levou a pressões políticas e queda de popularidade insustentáveis que a fizeram renunciar o mandato mais curto de todos os tempos: apenas 45 dias no poder. Não demorou muito para Rishi Sunak assumir Downing Street com a árdua tarefa de retomar a confiança das pessoas na economia britânica e lidar com um dos cenários mais desafiadores das últimas décadas. Sunak é o terceiro premiê em menos de quatro meses. Depois das decisões equivocadas de seus antecessores, a economia da Inglaterra se encontra em uma situação que não permite margem para novos erros. Impressionante como se comparado com os acontecimentos políticos e econômicos no Brasil, parecemos, friamente, mais flexíveis sobre o assunto inflação, tanto que neste quesito, o nosso Banco Central tem acertado. 

China

O 20º Congresso do Partido Comunista, em Pequim, na China, que reconduziu Xi Jinping a um terceiro mandato – com assessores escolhidos a dedo para evitar qualquer discordância – foi o ponto de destaque, apesar da falta de surpresas. Durante o Congresso, ele falou sobre segurança nacional e a luta para reunificar Taiwan. Mesmo com as históricas tensões entre eles, China e Taiwan são grandes parceiros comerciais. A ilha é extremamente avançada em tecnologia e é um importante player das cadeias produtivas globais, com indústrias sofisticadas e um grande produtor global de chips semicondutores. 

A recente “guerra dos chips” entre os EUA e a China é mais um capítulo que essas nações vêm travando no cenário econômico. Os chips semicondutores ganharam mais notoriedade durante a pandemia, que com o aumento da procura de aparelhos tecnológicos e a confusão logística dificultaram a produção e manutenção de diversos produtos, como os carros, por exemplo. Esse cenário foi mais um agravante para o processo inflacionário mundial que as economias lutam para superar. 

Infográfico: Marketing Portofino MFO

Além disso, a polêmica política de Covid Zero adotada no país asiático foi abordada e defendida por Jinping. A política se tornou controversa, pois, enquanto a maioria dos outros países voltaram à normalidade após a vacinação em massa, a China ainda segue um rígido controle, com extensos “lockdowns” que afetam grandes centros comerciais do país e têm proporcionado insatisfação popular. Na última semana, um distrito de Xangai entrou em lockdown após uma alta nos casos de Covid-19, retrato de que, apesar das críticas, o rígido controle irá prevalecer. 

A reeleição (sic) de Jinping, a polêmica política de Covid Zero, a crise imobiliária, as regulamentações impostas no setor de tecnologia e a “Guerra Fria” com os EUA, além dos altos gastos militares, contribuem para a desaceleração da economia chinesa. O crescimento da economia foi de 3,9%, acima das expectativas, porém bem abaixo dos 5,5% que o governo havia colocado como meta. 

A disputa entre os EUA e China não é nenhuma novidade. O Brasil, apesar de longe geograficamente, fica bem atento ao desenrolar das questões de dois dos seus principais parceiros comerciais, cujas consequências podem cair em nosso quintal. Enquanto lidam com suas crises internas, as superpotências medem força para provar globalmente “quem manda no pedaço”.

Por fim, por falar dos EUA, a maior economia do mundo segue gerando muito conteúdo. O PIB preliminar anualizado apontou alta de 2,6% no terceiro trimestre de 2022, mas todas as atenções estão direcionadas à próxima reunião do Federal Reserve. Mais do que o provável aumento de 0,75 ponto percentual – a quarta alta consecutiva dessa magnitude -, o mais esperado é o comunicado após o anúncio, que pode indicar uma redução no ritmo do aperto monetário para as próximas reuniões. Em caso de confirmação desse cenário, o aumento somado de 375 pontos-base iniciados em março seria o maior desde a década de 1980, com Paul Volcker. Enquanto gradualmente ficamos mais otimistas com o mercado externo, continuamos atentos aos próximos passos.

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