fbpx

Clique no ícone para ouvir no
Spotify e outros players.


Tempo do áudio e leitura: 4 mins

Família Portofino,

O mercado financeiro global passou por um choque de realidade na última semana, após o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Banco Central dos EUA), em Jackson Hole. A fala de Powell serviu como água no chopp dos agentes econômicos que apostavam que a batalha contra a inflação americana seria uma “mão na roda”. Em seu discurso, o presidente do Fed foi enfático sobre o combate à inflação e o aumento de juros, o que amenizou os ganhos do Ibovespa em agosto.

Neste sentido, o atual panorama mostra uma economia global que se aproxima de uma desaceleração e recessão, acompanhada do mais duro posicionamento do Federal Reserve dos últimos 15 anos. Contudo, o mercado ficou quase dois meses, até meados de agosto, com uma forte alta impulsionada pela temporada de resultados acima do esperado, um balanço de expectativas mais favoráveis e menor posicionamento em ativos de risco por parte dos gestores de hedge funds no mundo. Esse conjunto de fatores abriu espaço para a retomada do apetite a risco. Mesmo com forte alta, era perceptível uma grande apreensão  sobre a duração desse ciclo, até abrindo espaço para a busca de proteção e ativos seguros, dentre eles, o dólar.

O céu de brigadeiro ficou para trás

Como já é de praxe no mercado, devemos considerar a assimetria de riscos. Em outras palavras, ver o quanto podemos ganhar em relação ao tamanho do risco presente. Dado isso, alguns vetores que suportaram a forte alta já se esvaíram, tendo fim na fala de membros do Fed que se mostraram desconfortáveis com o recente afrouxamento das condições financeiras.

Daqui para frente tudo indica que teremos uma maior volatilidade e todas as coordenadas, sem um novo fato ou direcionamento, indicam que a curta e recente temporada de céu de brigadeiro já ficou para trás. As posições de maior risco enfrentarão piora na relação de risco-retorno no curto prazo. Além disso, no cenário local, as eleições “começaram para valer” e devemos observar de perto o barulho que elas farão nos próximos meses.

Os resultados da grande maioria dos nossos portfólios no mês de agosto foram positivos.
Mas, ao projetar setembro, prevemos que este mesmo cenário de alta pode não se repetir. Dado isso, o nosso objetivo é suavizar os ciclos de alta frequência em nossas posições aumentando a nossa exposição direcional em bolsa, e ao mesmo tempo, buscando uma operação para proteção em eventuais quedas.

De olho nas notícias

O IBGE divulgou, na quinta-feira (1), o PIB do Brasil no 2º trimestre de 2022. O resultado foi um crescimento de 1,2% no período na comparação com os três primeiros meses do ano. Na relação anual, a alta foi de 3,2%, ambos os resultados acima dos projetados pelo mercado. Desta forma, a atividade econômica brasileira encerrou o primeiro semestre com alta de 2,5%. Uma notícia que apesar da previsão nada otimista para Setembro, mostra que mesmo timidamente, o pulso de nossa economia ainda pulsa.

Até a próxima!

Eduardo Castro é CIO (Chief Investment Officer) na Portofino Multi Family Office.

“Causa e Efeito” é um conteúdo exclusivo Portofino MFO que traz uma visão técnica sobre o que acontece no mundo, na semana e seus reflexos nos mercados financeiros globais.

Clique aqui para ler outras cartas e conteúdos no Portofino ON.